quarta-feira, 27 de julho de 2011



Hoje é o aniversário da minha tristeza...

"Sem sofrimento não há palavras "
(Marçal Aquino)



Não sei quantos anos ela tem nem como nasceu. Só sei que é filha do sentimentalismo que em mim vaga.A convidei como quem convida um amigo, disfarçando as lágrimas, para ela não perceber que se tratava de uma festa surpresa. Quando adentramos a casa tudo estava entregue a uma penumbra imprevisível. Ao acender das velas de minha alma todos cantaram, ao invés de parabéns foram cantos de lamentações. Ao redor da mesa estavam os companheiros mais sarcásticos da tristeza: O desânimo, a agonia, a ansiedade, o desespero entre outros. Sorrisos plásticos lambiam a face de todos e sinos velhos badalavam em suas cabeças. Na mesa havia tudo o que mais pode satisfazer a irônica aniversariante, para beber: lágrimas, para comer: um coração calado em sangue. Não que eu seja um cara triste o tempo todo, mas é que tudo tem data especial. Divirta-se, esta festa irá até tarde.


Felipe Pauluk





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4 comentários:

  1. Nossa, me identifiquei muito!

    A tristeza é sempre presente, o poeta é melancólico até para ser alegre.

    Gostei muito, Felipe!

    Beijo.

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  2. Show, Felipe!
    Show!
    Lindo demais, demais...
    Parabéns!
    Abraço.

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  3. Ninguém é feliz o tempo todo. Risadas de plástico encontramos por todos os lados. Enquanto o coração sangra, a festa da tristeza lamenta o pranto. Quando a dor pará de martelar. O riso de verdade se estende por minutos ou segundos, é tudo muito rápido. Mas vale a pena. adorei

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  4. Sou sua fã Felipe! me fez pensar em como é mais facil pra mim escrever sobre a dor do que sobre a felicidade... obrigada, vc sempre ajuda muito!

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