Quando você viu seu pai pela última vez?

Confesso, meus caros amigos, que não me aproximo de um drama com facilidade, apesar de um filme com este teor causar em mim um turbilhão dos sentimentos mais soturnos. Creio que esta tempestade tem seu paladar bifurcado no meu interior, pois me pego degustando tais emoções com boca doce e boca amarga.

Pouco tenho me dedicado ao meu box de filmes, há na fila ainda tantos para serem contemplados neste ano. Porém, sou obrigado a denunciar aqui que os que mais me encantaram, na franzina lista dos que já passaram em minhas vistas em 2011, foram os segmentados ao DRAMA.

Hoje comento e compartilho, entregue aos pensamentos mais belos e reflexivos, a belíssima obra inglesa/irlandesa "QUANDO VOCÊ VIU SEU PAI PELA ÚLTIMA VEZ?".

O filme, baseado em fatos reais, conta uma hístoria nostálgica do relacionamento tempestivo de Blake (Colin Firth) com seu pai Arthur Morrison (Jim Broadbent). Sempre oprimido pela força autoritária de seu pai, Blake ainda luta, depois de adulto, com as lacunas de comunicação e subjetividades que ficaram no passado. Após descobrir que seu pai possui um cancêr ele vê na doença uma forma de reaproximação, para sarar as feridas que este tipo de relacionamento fez na alma de cada um deles.

Intercalando o passado e o presente, deixando o gosto do futuro em nossas mentes, o diretor consegue com destreza fazer da edição flashes certeiros e reflexivos, onde nos leva para uma identificação lírica com nossos afetos e discórdias.

A atuação de Colin Firth (Melhor Ator - O discurso do Rei) traz a nós a tonalidade do realismo exposto na história e faz esta película deixar de ser um simples filme.

Fica aí a dica.

Espero que gostem.

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