quarta-feira, 14 de setembro de 2011





não me achei em casa no dia que eu virei você.
não achei poesia e nem encantos... nem livros nem perfumes.
no dia que eu virei você eu encontrei um pouco de ódio, mas não quis tocar, pois era somente teu e não meu.
não achei amor nos bolsos. não achei amor nas gavetas de teus armários nem na carteira do teu cigarro.
olhei-me no espelho e vi que você não se amava. 
no dia que eu virei você a comida não tinha gosto. a água era barrenta e os sonhos disformes.
tuas roupas estavam rasgadas e tuas maquiagens envelhecidas.
no dia que eu virei você eu vi que eu não estava lá dentro.
então percebi que eu não podia mais ser você.
voltei para meu corpo, percebi que você era tão linda aos meus olhos e assim agradeci por tê-los.








felipe.pauluk




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2 comentários:

  1. Como dizia o grande Manoel de Barros: "Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."

    É um encanto o que escreves, Pauluk.

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