sábado, 24 de abril de 2010




Tanto te amarei...
( Por Felipe Pauluk)

Tanto te amarei que perderei o senso da realidade.
Perderei a medida do tempo, no deleitar de seus lábios garatujando-se sobre os meus.
Suspender-me-ei do plaino e acometendo-me ao azul espaço dos céus afetivos, sussurrarei o deleite nupcial.
Perderei a noção letrada do que exprime o termo odiável, e focarei meus dias enevoados na memorização das palavras mais enternecidas.
Ah, amar-te-ei tanto que afanarei as insólitas flores de matizado mais deslumbrante, e as colocarei, todos os dias no batente gasto de minha porta, para adornar cada regresso seu.
Imunizarei-me do amor tedioso e afogarei a rotina que promove o desafeto.
Perfumarei minha morada com o olor distinto do desvelo e transformarei meu coração em uma angra do abrasamento voluptuoso.
Ah, tanto te amarei que perderei o senso de mim.
Para ti, serei o puritano, serei o sereno, serei transgressor e o redentor.
Serei o grão neonato brotando o encantamento cimentado pela franqueza.
Transfigurarei a minha face num reluzir sublime da devoção cegante.
Amarei-te tanto que alimentarei nosso matrimônio com a clava doce dos engaços romanceiros. E assim, neste renovar infindo, te cativarei inabalável em meu cerne até o cerrar terminante dos meus olhos.
E ainda, no desconhecido almejar dizer: Tanto te amarei...





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