terça-feira, 27 de setembro de 2011



eu não tinha casas nem carros nem amigos nem amores e amantes.
era somente eu e meu cigarro, largados num canto do caminho, sem horizontes ou rumos traçados.
foi então que coloquei a mão no bolso e senti pequenos grãos esquecidos ali. ao retirar reparei que eram sementes de amor, coisa rara de se encontrar, ainda mais no bolso velho de uma calça surrada.
lancei tais sementes na terra fértil que beijava o canto da estrada e fiquei a observar.
após chuvas de problemas, aguaceiros de solidão e vendavais de circunstâncias vencidas...a semente vingou e o amor, como árvore, habitou entre nós.
sendo assim, embaixo de seus galhos encontrei abrigo. na parte mais alta de sua copa pude ver o mundo sem sair do lugar. os frutos desta árvore foram meus amores e os passarinhos como amantes cantaram para que eu pudesse descansar...





[felipe pauluk]




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