domingo, 2 de maio de 2010






O desbote
(por Felipe Pauluk)

No auge do desabrochar
Onde as pétalas bisonhas
Abrem suntuosas
Em um campo úbere

Tu, ó incólume menina
Entregaste a candidez plena
Ao bestial erotismo
Em face da solidão terrena

Não medistes o porvindouro
Nem atracastes em um amor
Prefere afligir seu couro
Pela pecúnia incolor

És cortesã do deleite alheio
Tornastes dama despojada
Rameira sem receio
Da noite amordaçada

Sentenciastes o viço
Ao deslustre perpétuo
Ignorando o brasão
Insurgente ao reto

Tu que um dia, em outrora
Fostes donzela acatada
Agora, opõe-te a castidade
Com a casca tênue maculada





***

Nenhum comentário:

Postar um comentário