O desbote
(por Felipe Pauluk)
No auge do desabrochar
Onde as pétalas bisonhas
Abrem suntuosas
Em um campo úbere
Tu, ó incólume menina
Entregaste a candidez plena
Ao bestial erotismo
Em face da solidão terrena
Não medistes o porvindouro
Nem atracastes em um amor
Prefere afligir seu couro
Pela pecúnia incolor
És cortesã do deleite alheio
Tornastes dama despojada
Rameira sem receio
Da noite amordaçada
Sentenciastes o viço
Ao deslustre perpétuo
Ignorando o brasão
Insurgente ao reto
Tu que um dia, em outrora
Fostes donzela acatada
Agora, opõe-te a castidade
Com a casca tênue maculada
***
Nenhum comentário:
Postar um comentário