sábado, 22 de maio de 2010


Seco
(por Felipe Pauluk)

Árvore seca
De galhos secos
E uma garganta seca

Onde tudo seca
No meu interior de secas
Num seco infortúnio

Secou meu verde
O verde do meu dinheiro
Secou meu gado
Secou meu mundo inteiro

Numa caatinga cena
De faca cega
De estômago oco
Com raízes azedas

Um filho dissecado
Em um pesar secante
Tomando o verão dessecado
Como amante


***

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