sábado, 21 de agosto de 2010


Serpentina
(Felipe Pauluk)

Joga teu cabelo aromal
Sobre mim
Esses cachos grosseiros
Nesta nitidez de cores
Esse olor de Anis

Sentencia em meus ombros
Seus braços
Faz meu “eu” casto
E violento na alvura
Destes membros gastos

Arremete-me em suas pernas
De grila nova
Roça-a em minhas costelas
Falhas e expostas
Deita em ti o meu temor

Envenena a minha garganta
Enrola-me
Como ofídia disposta
Mata-me por sua idolatria
Até que chegue a minha hora




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