quinta-feira, 13 de outubro de 2011



ainda sentia o cheiro do cloro, o peso da água e o dobrar dos edifícios quando emergia da piscina aliviada pela vida que tinha. seus demônios eram mais tranquilos e tudo o que ela falava não passavam de palavras. o amor era apenas um infantil olhar, um sorriso, no máximo um sofrer na quietude da noite quando as luzes se ausentavam e no pé de sua cama anjos cantavam para seu descanso. tudo restringido ao simples, um louvor único a palavra "infância".
agora os cheiros são outros, no cloro ardeu formol, o peso da água somou-se ao sangue, e os edifícios deram lugar aos muros pichados pelas palavras que foram destiladas. o amor desta vez é arame e somente quando ela atravessa causa sorriso, porém se o toca veemente causa arranhões, dor e choro. até mesmo seus demônios a abandonaram, taxaram lhe como "complicada".



[felipe.pauluk]




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