terça-feira, 18 de outubro de 2011



era de mim tudo,
tudo de mim era ela, e assim meu mundo era feito de sua pele,
e minha chuva era sua saliva,
meu abrigo sua boca. era de mim tudo.
                                   tudo de mim era ela.
e eu me sentia um menino que corria alegremente em seus canaviais, lambuzava-me de seus olhos.
era eu dela o menino. amor neonato em suas terras.
a terra dela era minha e ali, eu sonhava em plantar minha semente, regar meu encanto, fazê-la frutificar somente pra mim.
até chegar em campo aberto, aonde a luz do sol espalmava toda vegetação, todo ser.
                                   era de mim tudo.
descobri então que habitavam ali outros, outros meninos, já com casas fortificadas, plantações abarrotadas. eu era dela apenas mais um menino.



[felipepauluk]



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